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Postado por  in Comportamento

Cada uma das marcas acima possui um público-alvo específico e, para encontrar a melhor forma de se comunicar com ele, seja por texto, imagem, vídeo ou por esses três canais ao mesmo tempo, elas investiram – e ainda investem – muito em marketing e comunicação estratégica. Encontrar a comunicação mais alinhada e precisa é um desafio constante e, quando bem definida, torna-se um diferencial competitivo que gera muito, muito lucro mesmo para uma marca.

Hoje, com essa onda do conceito look hi-lo, é bem possível a aquisição de peças das três marcas acima para coordenar uma produção que provavelmente não perderia nada se fosse feita somente por uma única marca.

Não vou questionar aqui a qualidade e preço dos produtos da Colcci, C&A e Marisa, mas não deixarei de observar que essas duas características podem ter sim relação na decisão de compra por produtos de cada uma dessa marcas. Cada um tem sua forma de avaliar o que é caro e barato: tem gente que acha caro uma peça da Colcci visando somente o preço e não a qualidade do material e prefere optar por formas mais prolongadas de pagamento e adquirir mais peças – com qualidade inferior – em lojas de departamento. Tem gente que opta por investir mais em uma quantidade menor de peças, mas que tenham uma durabilidade maior, mesmo que paguem mais caro por isso. E tem gente que é mais, digamos, esperta: investe pesado no estilo hi-lo e, dessa forma, consegue o meio termo entre o caro e barato e ainda uma sobra de grana para investir em um acessório bem poderoso.

Independentemente do que cada um considera barato ou caro, as marcas, geralmente, focam seus negócios em um público com características e comportamento de compra em comum e que façam seu faturamento crescer cada vez mais. Por isso, as campanhas de divulgação de seus produtos também são direcionadas aos seus clientes reais e já adquiridos e aos potenciais – aqueles que ela quer muito conquistar.

Cada público necessita de uma mensagem e além de compreendê-la facilmente ele precisa se identicar com ela, mesmo que já se identifique com a marca e seus produtos.

Podemos observar que as mensagens transmitidas pelos vídeos das campanhas primavera/verão da Colcci, C&A e Marisa têm uma diferença bem grande umas das outras, mas o objetivo delas é o mesmo: vender seus produtos.

A Colcci desenvolveu um teaser – uma chamada para a campanha – bem conceitual na cidade carioca, com elementos que remetem ao verão brasileiro e às produções mais leves, criativas e bem modernas – bem de acordo com seu público-alvo. Não precisa mostrar no vídeo um look completo e muito menos caixas de texto com preço das peças, pois seus compradores já conhecem a marca, sabem o que esperar de uma coleção da Colcci e, preço, é algo que, inicialmente, os menos preocupa.

Em acordo com coleções anteriores, a C&A convidou uma personalidade da moda para lançar uma coleção exclusiva para iniciar uma campanha da marca. Essa é a segunda vez que Gisele Bundchen assume o posto. A marca precisa mostrar para seu público os looks completos e inclusive os preços dos produtos, pois, depois de gostar de algo, seu público precisa/gosta de saber quanto custa.

A Marisa não usa nenhuma personalidade conhecida/famosa para sua campanha e sim uma personagem desconhecida e com características bem semelhantes com seu público no geral, inclusive em uma situação comum vivida por algumas mulheres. É uma forma de reforçar seu conceito que passou de “De mulher pra mulher Marisa” para: “A gente é mulher, a gente se entende”. Uma forma de dizer que a marca está mais próxima da sua cliente e sabe o que ela quer. Usar uma personalidade em uma campanha da Marisa destoaria muito com a sua mensagem e, ao invés de aproximar a marca das suas clientes, poderia distanciá-la, já que existe um pensamento generalizado de que as celebridades são pessoas intangíveis e tudo nelas – e apenas nelas – fica lindo.

Por: Viviane Lacerda

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