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Ser porta-voz, representante ou embaixador de uma marca demanda muita responsabilidade a quem cumpre este papel. Responsabilidade de comportamento, atitude e até na forma de expressar suas ideias e pensamentos. Antes de fazer e dizer alguma coisa essa pessoa tem que pensar nos resultados gerados, pois a partir do momento que ela se torna o rosto de uma empresa não dá mais para agir sem privacidade. A imprensa, a concorrência e os clientes estão sempre atentos. A imprensa e a concorrência até bem mais atentos ainda. Uma atitude contrária à marca, afirmação, declaração ou comentário mal feitos podem gerar consequências inimagináveis e empresa alguma quer ter prejuízo ainda mais com dizeres e atitudes daquele(a) escolhido(a) e pago, muita vezes muito bem pago, para representá-la.
O ex-estilista da Dior, John Galliano, é um exemplo do que não se deve ser nem como indivíduo e nem como representante de uma marca, seja a Dior ou qualquer outra mundialmente conhecida ou não. Relembrando: na madrugada de 25 de fevereiro deste ano, Galliano foi preso em Paris por agressão verbal e antissemitismo. Tudo foi filmado e lançado na internet. A repercusão deste “comportamento odioso” – afirmação da Dior -  resultou em diversas manifestaçoes de judeus e não judeus contra Galliano, bem como também da atriz Natalie Portman, que é judia e naquele momento era um dos rostos da Dior e claro, consequentemente, a demissão do estilista. Em comunicado, Sidney Toledano, presidente e CEO da Dior, afirmou: “condeno fortemente as declarações feitas por John Galliano, que são contra os valores essenciais que sempre foram defendidos pela Christian Dior”.
Neste caso, a marca não só agiu corretamente em desligar Galliano da marca, como também em declarar oficialmente à imprensa sua opinião contra a atitude do estilista. Com certeza é um acontecimento que permanecerá na memória de muitos, principalmente nas dos judeus. Agir contrariamente traria resultados muito negativos e imensuráveis para a Dior, ainda mais por se tratar de uma questão ideológica.
Outra situação “menos” grave, mas não menos importante que a narrada acima, ocorreu  em janeiro deste ano, quando a uber model Gisele Bundchen declarou em pleno lançamento de seus produtos da Sejaa, no SPFW, que não usa filtro solar. Apesar de ter explicado que não fica exposta ao sol nos horários considerados impróprios, a afirmação de Gisele gerou um bombardeio de críticas da impresa e até de especialistas no assunto. Para piorar, o jornal americano NY Post publicou um artigo em seu site com o título: Shut up, Gisele! A publicação contou com críticas à afirmação da uber model e um resumo de outras afirmações de Gisele consideradas “sem noção” sobre outros assuntos.

Dias após a super repercussão da sua afirmação mal colocada, Gisele postou uma explicação em seu blog…

Seria melhor essa explicação ter sido dada no dia da coletiva e não depois, não é? O que era para ser um lançamento de sucesso de seus produtos acabou virando cenário de muitas críticas, simplesmente por uma afirmação mal explicada à imprensa. O foco saiu da Sejaa e foi para a polêmica do uso ou não de protetores solares que nem fazem parte da linha de cosméticos de Gisele.

Declarações públicas e de cunho pessoal devem ser muito bem pensadas antes de serem feitas. Se o que for ser dito não vai acrescentar nada ou causar dupla interpretação: ou nem se toca no assunto ou deve-se esclarecer muito bem o que será dito. Caso contrário, não há assessoria de imprensa e campanha de marketing que conserte o que já foi feito.
Por: Viviane Lacerda

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